sábado, janeiro 23, 2010

São Paulo fala da unidade e a comunhão que devem existir entre todos os cristãos

Através da imagem do corpo humano, São Paulo fala aos Corintios da unidade e da comunhão que devem existir entre todos os cristãos. Esta mensagem é bem oportuna e actual para nós, que concluimos hoje a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos.
O Apóstolo lembra que o corpo é um só, mas é constituido por muitos membros. Trata-se de membros diferentes, cada um precisa dos outros para poder subsistir e todos eles são importantes e necessários para o funcionamento harmoioso do corpo.
Ora, "todos nós... somos baptizados num só Espírito para constituirmos um só corpo". Na verdade, Deus enviou o seu Filho ao mundo para fazer de todos os homens e de todos os povos um só povo, uma única família - a família de Deus. Uma família em que todos somos igualmente filhos de Deus e, consequentemente, irmãos uns dos outros. Nesta família, aceitar e viver a filiação divina implica necessariamente aceitar e viver a fraternidade humana. E se Deus aceita e ama como filhos todos os que acreditam n’Ele, sem olhar à sua origem, ao povo a que pertencem, à sua cultura ou condição social, tambem nós, se nos sentimos como filhos de Deus, temos de os aceitar com irmãos, apesar de serem diferentes de nós.
  • É importante descobrir as vantagens das diferenças. Que seria do corpo se todo ele fosse olho ou boca?
  • Depois, é preciso saber respeitar as diferenças. Não há nenhuma vantagem em fazer dos outros uma fotocópia de nós próprios!
  • Finalmente, é necessário aprender a viver e a trabalhar com todos em vista do bem comum e na fidelidade a Cristo. De mãos dadas e com os corações unidos conseguimos fazer melhor e chegar mais longe! ´

Para vivermos a comunhão fraterna, importa ter consciência daquilo que nos une:

  • todos somos igualmente amados por Deus e acreditamos n’Ele como Deus Pai;
  • todos fomos igualmente salvos por Cristo e acreditamos n'Ele como o único salvador dos homens;
  • todos fomos baptizados no mesmo Espírito e acreditamos n'Ele coma Aquele que nos santifica e nos conduz até a verdade plena.

2. Como explicar que ainda subsistam tantas e tão profundas divisões entre os cristãos? Apresentamos apenas algumas razões:

a)As classes dirigentes das diferentes confissões cristãs estão ainda demasiado agarradas as estruturas de poder, aos privilégios e às seguranças humanas que elas lhes proporcionam. Muitas vezes, estão mais empenhados em defender certas doutrinas e tradições humanas do que em procurar o que é realmente essencial na mensagem de Jesus e que todos devem aceitar, acreditar e viver.

b) O grande inimigo da unidade é a ignorância. Muitos cristãos não conhecem Cristo com verdade nem conhecem com verdade o que é fundamental e imutável da sua mensagem. Também desconhecem a verdade em relação aos irmãos separados. Este facto gera preconceitos e desconfiança entre os cristãos que, por sua vez, alimentam a desunião entre eles.

c) A própria divisão que existe entre os fiéis de cada confissão cristã. Aqui, o escândalo é ainda maior. Se nós próprios, os católicos, não somos capazes de viver em comunhão, respeitando as diferenças de cada um, como poderemos construir os laços de comunhão com aqueles que estão mais longe de nós na vivencia da fé (os protestantes, os ortodoxos, os anglicanos...)?

O caminho para unidade. É evidente que o caminho só pode ser Cristo, pois só Ele é "o caminho, a verdade e a vida" dos homens que procuram a salvação de Deus. Assim:

a) Todos os cristãos, a começar por aqueles que tem mais responsabilidades nas respectivas confissões cristãs, devem olhar para Cristo e escutar atentamente a sua palavra. Todos devem estar dispostos a renunciar às suas verdades que se opõem à verdade do Evangelho. Nenhuma das partes se deve considerar coma dona exclusiva da verdade nem manipular a verdade em defesa dos seus interesses e das suas doutrinas humanas. A verdade de Cristo também não se negoceia nem pode ir a votos. Importa procurar, compreender, aceitar e viver a Verdade de Cristo, com tudo o que isso implica de renuncia, de conversão e de mudanças na nossa vida.

b) Para chegar a verdade do Evangelho, podemos contar com a ajuda preciosa e indispensavel do Espírito Santo. Como o próprio Jesus revelou, o Espírito tem como missão ajudar-nos a compreender tudo o que Ele disse e fez . Só o Espírito Santo nos pode conduzir até à verdade total. Foi o Espírito Santo que, no dia do Pentecostes, congregou os homens das mais diversas prove-niências e línguas em torno dos Apóstolos e os levou à fé em JC.

c) A unidade dos cristãos é uma graça que devemos suplicar a Deus. Jesus, ainda na terra, pede insistentemente ao Pai pela uni-dade dos seus discipulos e por todos aqueles que, ao longo da história, hão-de acreditar no seu nome. A unidade dos cristãos é para Jesus a prova visível de que os homens precisam para acreditarem n’Ele como o enviado do Pai.

A oração do Pai Nosso que Jesus nos ensinou é, sem duvida alguma, a oração, por excelência, da unidade.
- Invocar Deus como nosso Pai implica aceitar como irmãos todos os homens que Ele ama como filhos. Caso contrário, seria uma mentira rezar esta oração.
- Ao rezarmos "venha a nós o vosso Reino", estamos a pedir que o reino de Deus se torne realidade na vida de todos os homens. Esta universalidade e fundamental para chegarmos à unidade da fé e da caridade.
- Ao pedirmos "perdoai as nossas ofensas como nós perdoarnos", estamos a reconhecer a necessidade do perdão. E o perdão é também um dos melhores segredos da unidade e da comunhão entre os cristãos.
Não basta rezar o Pai Nosso, é necessário sentir e viver o que rezamos. Só assim, a oração a Deus aproximará os homens uns dos outros.



" Que todos sejam um e o mundo creia que Tu me enviaste".
O pedido que Jesus faz a Deus constitui um apelo para nós.
Deus sonha e quer fazer corn todos os homens uma família. Da nossa unidade depende que muitos outros acreditem em Cristo e, assim, venham a integrar a família de Deus.
Deus quer precisar de nós, do testemunho da nossa vida, para que o seu povo( = a sua família) cresça até abranger a humanidade inteira.

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