segunda-feira, dezembro 31, 2007

A familia é “a principal “agência” de paz”. Bento XVI

O homem não começa nem aprende a viver em família nesta família global, mas sim na sua família natural. Esta funda-se sobre o matrimónio entre um homem e uma mulher e é, na sua essência, “uma comunhão íntima de vida e de amor”.

A família assim entendida constitui, no dizer autorizado do Santo Padre, “a primeira e insubstituível educadora para a paz”, e “a principal “agência” de paz”.


E Bento XVI concretiza: “numa vida familiar sã experimentam-se algumas componentes fundamentais da paz:
• a justiça e o amor entre irmãos e irmãs,
• a função da autoridade manifestada pelos pais,
• o serviço carinhoso aos membros mais débeis porque pequenos, doentes ou idosos,
• a mútua ajuda nas necessidades da vida,
• a disponibilidade para acolher o outro e, se necessário, perdoar-lhe”.


Na verdade, é no seio da família que despertamos para a vida e para o valor da vida, que fazemos a primeira experiência do amor e o descobri-mos e aprendemos a viver nas suas diferentes vertentes.


Este amor, que circula entre todos, anima e gere o mundo das relações, levando-nos à descoberta e vivência dos outros valores:
• a verdade e a sinceridade,
• a partilha e a doação,
• a gratuidade e a gratidão,
• a comunhão e a tolerância,
• a justiça e a solidariedade,
• o diálogo e a liberdade,
• a obediência e a disciplina…


São estas vivências e estes valores, experimentados e adquiridos naturalmente na nossa família, que, depois, transpomos, também naturalmente, para a nossa vida em sociedade, contribuindo para fazer dela uma verdadeira família, um autêntico mundo de paz.

A família humana, cada família é, deveria ser, essa é a sua principal razão de ser, uma comunidade de amor e de paz.

No entanto, hoje e desde algum tempo, verificamos que a família está em crise, sobretudo no nosso chamado mundo ocidental.


  • São muitos os que atentam contra ela, quer ao nível dos indivíduos quer ao nível dos Estados. Esses esquecem, ainda não se aperceberam ou não o querem reconhecer, que a crise da família constitui a maior e mais grave ameaça à paz.

    • Cada vez com mais facilidade e leviandade se desfaz o casamento e se destrói a família com apoio legal. E muitos, verdadeiramente inconscientes e insensatos, consideram isto como um avanço civilizacional!

    • Depois, a equiparação das uniões de facto ao casamento e a aprovação dos casamentos homossexuais constituem uma clara e perigosa deturpação do conceito de casa-mento e de família.

    • E porque não referir também, ainda que não seja politicamente correcto fazê-lo, a incapacidade ou a falta de vontade de muitos esposos e pais em construírem verdadeiras famílias – famílias que sejam comunidades estáveis de amor. Muitos desses não têm valores nem convicções. A quase todos esses falta o espírito de sacrifício.

    No que se refere aos filhos, os pais, de um modo geral, fazem grandes sacrifícios para lhes darem coisas e garantirem bem-estar. Mas não estão dispostos a fazer grandes sacrifícios para lhes darem o que é mais importante e indispensável para eles: uma família na qual possam viver e crescer harmoniosa e equilibradamente “em sabedoria, em estatura e em graça”.

Quando se verifica esta situação de crise, as famílias, precisamente porque o não são, tornam-se geradoras de tensões e de conflitos, são responsáveis por diversos fenómenos de marginalidade e violência que afectam e perturbam a estabilidade e a harmonia sociais.

É claro que a família, para realizar a sua missão, para garantir bons cidadãos, autênticos construtores da paz, não só não deve ser atacada como, pelo contrário, deve ser oportunamente apoiada por todos, muito concretamente pelos Estados. Estes, se efectivamente desejam agir de boa fé, devem saber e assumir que o investimento feito em favor da família é o melhor e o mais eficaz investimento ao serviço da paz.

E nós, os cristãos, muito mais do que todos os outros, devemos trabalhar em prol da família, pois acreditamos que a família humana é sagrada, é imagem da família divina.

• Em primeiro lugar, devemos defender, com coragem e de-terminação, o valor inquestionável da família tradicional (fundada no matrimónio entre um homem e uma mulher) sem temer que nos considerem tradicionalistas e antiquados.

• Depois, procurando construir a nossa própria família à luz da palavra de Deus e seguindo o modelo da Sagrada Família de Nazaré.

Só assim Deus nos tomará a sério, quando lhe suplicarmos o dom da paz.

De verdadeiras famílias é o que os indivíduos e a sociedade mais precisam

Já o sabemos e acreditamos: a Família de Nazaré – a família de Jesus, Maria e José - é a mais sagrada de todas as famílias. Mas também sabemos e acreditamos que todas as famílias são sagradas.
Na verdade, Deus sonhou e criou o homem e a mulher à sua imagem e semelhança, ou seja, como uma família, já que Deus é uma família: Pai, Filho e Espírito Santo. É a família no seu todo, e não o homem e a mulher considerados individualmente, que é a imagem de Deus, o reflexo do seu ser e da sua vida. À imagem de Deus, a família é uma comunidade de amor geradora de vida!
Deus quis e quer que a vida dos homens na terra seja e se desenrole segundo modelo da vida do Céu, o seja, segundo o modelo da família divina, até porque é a essa meta última que Deus deseja conduzir a humanidade inteira.

Ao enviar o seu Filho ao mundo dos homens, Deus quis que Ele nascesse e vivesse numa família humana. E Deus providenciou-lhe essa família, escolhendo e preparando Maria e José. Até o Filho de Deus, na sua condição humana, teve necessidade de uma família!
Deus quis, como vimos no domingo passado, que José recebesse Maria como sua esposa e assumisse a missão de pai em relação a Jesus. Deste modo, ele passa a fazer parte integrante e insubstituível da sagrada família. Agindo assim, Deus reconhece que Maria, como qualquer mãe, tem necessidade de um marido e que Jesus, como qualquer filho deste mundo, tem necessidade de um pai. Mais, Deus mostra que só com José, o esposo e pai, a família fica completa e perfeita.
É nesta família e como membro desta família que Jesus vive, cresce e se desenvolve “em sabedoria, em estatura e em graça, diante de Deus e dos homens”, isto é, de um modo equilibrado, harmonioso e feliz.

Toda a verdadeira família é sagrada, tem a sua origem em Deus, tem a aprovação e a bênção de Deus. Com efeito, a família, “enquanto comunhão íntima de vida e de amor fundada sobre o matrimónio entre um homem e uma mulher, é uma instituição divina colocada como fundamento da vida das pessoas” (Bento XVI).
  • Fundamento da vida das pessoas. As pessoas só podem viver e realizar-se como pessoas na comunhão de uma família. A família é necessária para todos e ao longo de toda a vida, e não só até ao momento em que cada um atinge a sua maturidade e autonomia. Trata-se de uma necessidade que abarca todo o existir do homem, desde o nascimento até à morte.
    Tanto assim é que o homem e a mulher, quando deixam o pai e a mãe, segundo a primeira página da Bíblia, só o fazem para se unirem um ao outro, ou seja, para formarem uma nova família.
  • Eles vão dar origem a uma nova família, para assim garantirem uma família até ao fim dos seus dias, uma vez que, segundo a normal lógica da vida, os pais partem antes dos filhos. Só dando origem a uma nova família – uma nova comunidade de amor geradora de vida – se perpétua a anterior, se assegura a sua sobrevivência, se garante o seu futuro.
    Por conseguinte, o deixar os pais, o formar uma nova família não significa, não pode significar, não seria justo que significasse renegar a família dos pais ou privar os pais da família, a família a que eles continua a ter direito e da qual continuam a ter necessidade até ao fim da sua vida.
  • Os filhos que partem não podem esquecer ou descurar os seus deveres em relação aos pais, sobretudo quando eles, por motivos de idade ou de doença, mais precisam do seu apoio e do seu amor.
O autor do livro de Ben-Sirá recorda oportunamente esses deveres dos filhos: “Filho, ampara a velhice do teu pai e não o desgostes durante a sua vida. Se a sua mente enfraquece, sê indulgente para com ele e não o desprezes, tu que estás no vigor da vida”.


A ingratidão para com os pais parece ser um mal antigo. A exortação do autor sagrado, a necessidade de dirigir este apelo aos filhos revela que muitos estavam em falta.
  • Hoje, também são muitos. São, infelizmente, cada vez mais aqueles que não cumprem o quarto mandamento das Lei de Deus. Por isso, são muitos os pais que, nas suas próprias casas ou nos lares onde os colocaram, sentem o esquecimento e abandono dos filhos. A solidão a que são votados torna dramática e angustiante a sua vida, constitui o seu maior sofrimento, o mais difícil de suportar! Uma dor intensa e amarga que, normalmente, eles aceitam e vivem no silêncio. O silêncio próprio de quem continua a amar, apesar do seu amor não ser correspondido por aqueles que mais amam!

  • O amor e o apoio aos pais não deve ser entendido nem vivido como um simples dever, muito menos como um peso ou um fardo. Pelo contrário, como uma providencial oportunidade que temos de lhes retribuir um pouco pelo muito que fizeram e continuam a fazer por nós. Digo, continuam a fazer, porque, apesar de limitados fisicamente ou mesmo mentalmente diminuídos, eles continuam a amar-nos, oferecendo os sacrifícios da sua vida e rezando a Deus por nós.
  • Quem ama verdadeiramente os pais, quem vê neles a imagem mais fiel de Deus (os pais são, na realidade, a imagem mais próxima Deus, são o que temos de mais sagrado na terra!), quem tem consciência de que existe e de que deve o que é ao amor continuado e sofrido dos pais, esse considera uma sorte e sente-se feliz por poder fazer e sofrer alguma coisa por eles.
  • Além disso, deve ter presente a generosa recompensa de Deus: “a tua caridade para com o teu pai nunca será esquecida e converter-se-á em desconto dos teus pecados”. Vede quanto vale aos olhos de Deus a caridade para com os pais! Ela obtém-nos o perdão dos pecados.

    Aqueles que não amam e não cuidam dos pais, também não serão, por sua vez, bons pais em relação aos seus filhos. Esses não cumprirão responsavelmente a sua missão de pais, não construirão verdadeiras famílias.
De verdadeiras famílias é o que os indivíduos e a sociedade mais precisam.


Voltaremos a falar da família no dia de Ano Novo, já que o tema escolhido pelo Santo Padre para o próximo Dia Mundial da Paz é precisamente este: “Família humana, comunidade de paz”.
Entretanto, olhemos para a Sagrada Família de Nazaré, aprendamos com ela a ser família e imploremos a sua protecção para a nossa e para todas as famílias do mundo.

terça-feira, dezembro 25, 2007

“O Verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1, 14).

Natal Cristão é...

... é celebrar o aniversário de Jesus com Ele.

... É permitir a Maria e José renovarem a experiência de Belém em nossa própria família.

... É anunciar e testemunhar a Palavra da Vida, que estava junto do Pai e se tornou visível para nós (cf. 1 Jo 1,1-2).

... É redescobrir o amor misericordioso do Pai, revelado no rosto de Jesus.

... É descobrir na Palavra feita carne a pedra angular de nossa vida cristã.

... É indicar o Cordeiro de Deus aos que querem ver e seguir Jesus Cristo.

... É despertar para Deus o mundo anestesiado pelas concupiscências da carne.

... É ter a esperança de que o Senhor vem para transformar em jardim florido o deserto de nosso egoísmo.

... É encurtar a distância que nos separa dos/as irmãos/ãs mais desprotegidos/as.

... É carregar nas crianças abandonadas o Menino de Belém. É defender, proteger e cuidar da vida dos não-nascidos.

... É enxugar as lágrimas dos que choram e repartir misericórdia com os mais carentes e pequeninos da sociedade.

... É descobrir novas razões para acolher Cristo em nossa vida pessoal e fazer com Ele um encontro vivo.

... É continuar no próprio coração a Encarnação do Verbo eterno...

O Natal que desejo ardentemente a cada Comunidade é: fazer de nosso coração um oásis de ternura e amor, especialmente para os prediletos do Pai. No Novo Ano, “Deus-connosco” nos acompanhe no nosso peregrinar na fé e na esperança. Maria, “Estrela e Mãe da esperança”, nos ensine a crer, esperar, amar e a “fazer tudo o que Ele nos disser” (Jo 2, 5).
Dom Nelson Westrupp.

segunda-feira, dezembro 24, 2007

A Todos um Feliz Natal


Aproveito para desejar a todos a presença viva de Jesus no coração, que Ele nasça todos os dias em cada um.
BOM NATAL

sábado, dezembro 22, 2007

O “drama da desertificação”

Mensagem de Natal do Bispo da Diocese da Guarda

Na sua Mensagem de Natal, o Bispo da Diocese da Guarda, D. Manuel da Rocha Felício mostra-se preocupado com o “drama da desertificação humana” da região e considera que a situação poderá ser alterada “se houver coragem política”.

Para o Prelado Diocesano “se o Governo tiver coragem política de discriminar positivamente as nossas regiões e soubermos canalizar investimentos vindos do QREN (Quadro de Referência Estratégico Nacional) para esta finalidade, certamente que nós vamos somar pontos e vamos encontrar caminhos”.

“O Senhor Presidente da República dizia que lhe parecia que já era tarde para atrair empresas para o nosso meio. Eu admito que não, se fizermos desta oportunidade, que dura seis anos, uma alavanca para, sobretudo, promovermos a iniciativa empresarial e de emprego dos nossos jovens”, afirmou D. Manuel da Rocha Felício aos jornalistas, após ter procedido à leitura da tradicional Mensagem Natalícia.

“Mais do que atrair grandes empresas” – considerou – “nós precisamos de ver os jovens da nossa terra empenhados em criar os seus próprios empregos”. “E há instrumentos à disposição de todos. Eu espero que as escolas, sobretudo as escolas terminais, voltem para aí a sua atenção de tal maneira que coloquem nas mãos dos jovens não só Diplomas que os enviam para o desemprego, mas, sobretudo, competências que os habilitem a entrar na produção de emprego e, isso é possível, nos condicionalismos que estão agora, objectivamente, criados”, considerou.

No tocante ao papel da Igreja neste processo, observou que a Cáritas Diocesana da Guarda, neste momento, “está a investir em frentes de luta contra a pobreza”, aludindo a um estudo já elaborado sobre a realidade da Diocese.

A diminuição da natalidade é outro assunto que preocupa o Bispo da Diocese da Guarda. D. Manuel da Rocha Felício considera que “ter um filho não pode ser oportunidade para a pessoa ser menos classificada em termos do seu emprego e da sua função social”. Para incrementar a natalidade no nosso país defende que seja posta em prática uma “discriminação positiva por via dos impostos”. “Sabemos hoje, que na Lei Portuguesa, um casal para pagar menos impostos, divorcia-se”, denunciou, considerando que “isto é um contra-senso”. “Então, um casal constituído paga xis de impostos, divorcia-se e paga menos impostos? Isto não passa pela cabeça de ninguém que quer construir um futuro de qualidade”. “Nós, se queremos construir um futuro de qualidade, temos que apostar nos valores e naquilo que dignifica as pessoas”, considerou.

Disse que esta situação “não tem jeito nenhum”. “Não passa pela cabeça de ninguém, mas são as contradições que hoje encontramos na praça pública. Temos que verificar, denunciar e, quando possível, anunciar caminhos alternativos”, sublinhou.

O Bispo da Diocese da Guarda mostrou-se esperançado que “as nossas leis passem a ser sensatas e não sejam um contra-senso como, em muitos aspectos, têm sido”.

Fonte: Jornal "A Guarda"

Natal, origem e tradições

O Natal é um tempo como nenhum outro, na vivência comunitária e familiar, tendo gerado um pouco por todo o país e o mundo modos próprios de o celebrar e de lhe apreender o significado.

A Igreja, na sua missão evangelizadora, quis dedicar um tempo para aprofundar, contemplar e assimilar o Mistério da Encarnação do Filho de Deus, tempo este que conhecemos como o Natal.

O dia 25 de Dezembro não é, necessariamente, a data histórica do nascimento de Jesus em Belém, na Judeia, no ano 748 da fundação de Roma. O "Dies Natalis" ou "Natalis Domini" foi marcado no dia 25 de Dezembro pela Igreja, com o Papa Libério, desde o século IV, a fim de suplantar a festa pagã do deus Sol, "Dies natalis invicti solis", celebrada no solstício de Inverno.

A própria designação de Natal parece ter maior conexão com a tradição cristã, do latim "Natalis" que significa nascimento. No entanto, existem muitas outras versões para a origem da palavra, algumas das quais saídas da tradição pagã, como a de "Noio hel" que significa Novo Sol.

Por outro lado, a árvore que antes era adorada por si própria ou como símbolo de vida, foi associada à celebração cristã. Para afastar os fiéis da prática de festas idolátricas, a Igreja quis ressaltar que a verdadeira luz que ilumina todo homem é Cristo e a celebração do seu nascimento na carne humana é a solenidade própria para afirmar a autêntica fé no mistério da Encarnação do "Verbo", solenemente afirmada nos quatro concílios ecuménicos de Niceia, Éfeso, Calcedónia e Constantinopla contra as grandes heresias cristológicas.

Os primeiros dados históricos relativos à festa do nascimento de Jesus Cristo remontam ao ano 336, em Roma. A eles estão ligados dois acontecimentos determinantes:
  • o Édito de Milão, em 313, pelo qual o imperador romano Constantino deu liberdade de culto aos cristãos,
  • e a existência de uma festa pagã, iniciada por Aureliano, no ano de 274, a 25 de Dezembro, em que se divinizava o sol, comemorando-se o seu "nascimento".
  • Na Igreja do Oriente, o Natal, como manifestação ou "Epifania" de Jesus, celebra-se no dia 6 de Janeiro.

A solenidade da Epifania passou para o Ocidente nos finais do séc. IV, pretendendo-se celebrar a vinda dos magos, a consequente manifestação de Jesus Cristo como Senhor de todos os povos, luz do mundo. Os textos bíblicos não especificam o dia ou mês do nascimento de Jesus. O Natal, a sua origem e tradições seguem a tradição captada por São Lucas (2,4- 7), o nascimento de Jesus aconteceu em Belém de Judá, a terra do rei David, de cuja linhagem era José, o esposo de Maria. Nos Evangelhos se afirma que Maria "deu à luz um filho e [José] pôs-lhe o nome de Jesus" (Mt 1,25) e que Maria "teve o seu filho primogénito, que envolveu em panos e recostou numa manjedoura, por não haver lugar para eles na hospedaria" (Lc 2,7).

A tradição cristã situa o nascimento numa gruta, dado que vem de vários evangelhos apócrifos. O Livro da Infância do Salvador, dependente do influente Protoevan-gelho de Tiago (séc. II), queria pôr em relevo a virgindade de Maria. E conta que, tendo chegado a Belém, José procurou um sítio para ela dar à luz. Viu um estábulo solitário e estabeleceu-se lá. E foi em busca de uma parteira. Segundo o Evangelho do Pseudo-Mateus, nº 14, o nascimento de Jesus numa gruta contou com a presença do boi e do burro. É desse texto que provém a tradição cristã de os colocar no presépio.

O nascimento terá ocorrido, efectivamente, no ano 6 ou 7 a.C. O início da era cristã, fixado por Dionísio, o Exíguo (c. sécs. VVI), foi mal calculado, pois o rei Herodes morreu no ano 4 a.C. Com São Leão Magno, o Papa do concílio de Calcedónia, deu-se a essa solenidade o fundamento teológico, definindo-a como "sacramentum nativitatis Christi" para indicar seu valor salvífico.

Na piedade popular, o Natal goza de grande popularidade, por focar Jesus Menino no ambiente familiar. São tradições ligadas ao Advento a coroa de ramos com quatro velas que se vão acendendo sucessivamente nos quatro Domingos deste tempo; a novena do Natal, que se deve enquadrar no espírito dos dias 17 a 24, em que, nas Vésperas, se cantam as antífonas maiores ou do "Ó"; e a preparação próxima do Natal.

Com o Natal inauguram-se o presépio e a árvore do Natal armados nas igrejas, casas, montras de estabelecimentos e até nos largos das povoações. O Natal é um tempo como nenhum outro, na vivência comunitária e familiar, tendo gerado um pouco, por todo o país e no mundo, modos próprios de o celebrar e de lhe apreender o significado.
Fonte: ecclesia

sábado, dezembro 08, 2007

TER FÉ... COMO A IMACULADA

Ter fé é ACEITAR os desígnios de Deus ainda que não os entendamos, ainda que não nos agrade. Se tivéssemos a capacidade de ver o fim desde o princípio tal como Ele vê, então poderíamos compreender por que às vezes nossa vida é conduzida por caminhos estranhos e contrários a nossa razão e aos nossos desejos.

Ter fé é DAR quando não temos, quando nós mesmo necessitamos. A fé sempre encontra algo valioso onde aparentemente não existe; pode fazer que brilhe o tesouro da generosidade em meio à pobreza e ao desamparo, enchendo gratidão ao que recebe e ao que dá.

Ter fé é CRER quando é mais fácil ficar na dúvida. Se a chama da confiança em algo melhor se extingue em nós, então não há outro meio que não nos entregarmos ao desanimo. A crença NAS nossas bondades, possibilidades e talentos, tanto como nos nossos semelhantes, é a energia que move a vida fazendo grandes vencedores.

Ter fé é GUIAR a nossa vida não com os olhos, mas sim com o coração. A razão necessita de muitas evidências para arriscar-se, o coração necessita só de um raio de esperança. As coisas mais belas e grandes que a vida nos dá não se podem ver, nem sequer tocar, só se podem acariciar com o espírito.

Ter fé é LEVANTAR-SE quando se está caído. Os revezes e fracassos em qualquer área da vida entristecem-nos, porém é mais triste ficar a lamentar-se no frio chão da autocompaixão, acompanhado pela frustração e a amargura.

Ter fé é ARRISCAR-SE na troca de um sonho, de um amor, de um ideal. Nada que vale a pena nesta vida pode se conseguir sem esta dose de sacrifício, que implica desprender-se de algo ou de alguém, a fim de adquirir algo que melhore o nosso próprio mundo e o dos demais.

Ter fé é VER positivamente a vida à frente , não importa quão incerto pareça o futuro ou quão doloroso foi o passado. Quem tem fé faz de hoje um fundamento do amanhã e trata de vivê-lo de tal maneira que quando fizer parte de seu passado, possa vivê-lo como uma grata recordação.

Ter fé é CONFIAR, porém confiar não somente nas coisas, mas sim o que é mais importante... nas pessoas. Muitos confiam no material, porém vivem relações vazias com seus semelhantes. Certamente sempre haverá gente que traíra tua confiança; assim o que temos a fazer é seguir confiando sendo mais cuidadoso com aqueles em quem confiamos.

Ter fé é BUSCAR o impossível: sorrir quando os dias se encontram nublados e teus olhos estão secos de tanto chorar. Ter fé é não deixar nunca de cobrir teus lábios com um sorriso, nem sequer quando está triste, porque nunca sabes quando teu sorriso pode dar luz e esperança à vida de alguém que se encontra em pior situação do que a tua.

Ter fé é CONDUZIR-SE pelos caminhos da vida da mesma forma que uma criança segura a mão de seu pai. É entregarmos nossos problemas nas mão de DEUS e nos jogarmos em seus braços antes de cair no desespero. Ter fé é descansarmos para que ELE nos carregue, em vez de carregar nós mesmos nossa própria coleção de problemas.

QUE EM TUA VIDA HAJA SUFICIENTE FÉ
PARA ENFRENTAR AS SITUAÇÕES DIFÍCEIS,
JUNTO COM A NECESSÁRIA HUMILDADE
PARA ACEITAR O QUE NÃO SE PODE MUDAR.

quarta-feira, dezembro 05, 2007

D. Manuel Felício dá novas orientações pastorais para a Iniciação Cristã

A cúria Diocesana da Guarda acaba de publicar um texto com o título “Orientações pastorais para a Iniciação Cristã”.

Depois de um longo tempo de reflexão e consultas variadas, que demorou mais de um ano, o documento apresenta normas que foram elaboradas para ajudar os párocos e outros agentes pastorais e actuar com unidade de critérios na pastoral da Iniciação Cristã e da formação na Fé.

Depois de dizer o que é a Iniciação e o Catecumenado, o texto dá orientações para a prática pastoral em toda a nossa Diocese, nas seguintes situações:
  • Baptismo das crianças nos primeiros dias de vida;
  • Baptismo de crianças em idade de catequese;
  • Primeira Comunhão e Sacramento da Confirmação;
  • Adultos que pedem o Baptismo;
  • Iniciação Cristã e formação permanente de adultos baptizados em criança.

Recomenda-se vivamente a leitura e aplicação destas normas por todos os agentes pastorais, a começar pelos sacerdotes, para termos unidade de critérios, ao decidir sobre as várias situações aí contempladas”, refere D. Manuel Felício, Bispo da Guarda, em relação ao documento.

segunda-feira, dezembro 03, 2007

Caminhada de Advento

Como uma sentinela que vai durante a noite ao encontro do seu amigo, eu avanço no caminho que me aproxima de Ti,
Ó JESUS CRISTO.

sexta-feira, novembro 30, 2007

Nova Encíclica: "Spe Salvi" (Salvos pela Esperança)

Spe salvi (Salvos pela esperança) é o título da segunda encíclica de Bento XVI, dedicada ao tema da esperança cristã, num mundo dominado pela descrença e a desconfiança perante as questões relacionadas com o transcendente.
"O homem tem necessidade de Deus, de contrário fica privado de esperança". O Deus em que os cristãos acreditam apresenta-se como verdadeira esperança para o mundo contemporâneo porque lhe abre uma perspectiva de salvação.

Bento XVI considera que só é possível viver e aceitar o presente se houver "uma esperança fidedigna" e destaca a importância da eternidade, não no mundo actual - "a eliminação da morte ou o seu adiamento quase ilimitado deixaria a terra e a humanidade numa condição impossível", mas como "um instante repleto de satisfação, onde a totalidade nos abraça e nós abraçamos a totalidade".

"Deus é o fundamento da esperança, não um deus qualquer, mas aquele Deus que possui um rosto humano e que nos amou até ao fim: cada indivíduo e a humanidade no seu conjunto".

A carta do Papa, hoje divulgada pelo Vaticano, defende que só Deus é a "verdadeira esperança" e aborda por diversas vezes a questão da "vida eterna", frisando que "ninguém se salva sozinho".

O documento começa por apresentar um enquadramento teológico da esperança cristã, a partir dos textos bíblicos e dos testemunhos das primeiras comunidades eclesiais. O Papa apresenta ainda os ensinamentos de vários Santos da Igreja a respeito do tema da encíclica e escreve que "conhecer Deus" significa "receber esperança".

Depois de negar que Jesus tenha trazido uma mensagem "sócio-revolucionária", Bento XVI aborda a questão da evolução para afirmar que "a vida não é um simples produto das leis e da casualidade da matéria, mas em tudo e, contemporaneamente, acima de tudo há uma vontade pessoal, há um Espírito que em Jesus se revelou como amor".

O Papa cita, entre outros, Platão, Lutero, Kant, Bacon, Dostoievski, Engels e Marx para falar de esperança e de esperanças, de razão e liberdade, da construção de um mundo sem Deus que pretende responder aos anseios do ser humano.

"Nenhuma estruturação positiva do mundo é possível nos lugares onde as almas se brutalizam".

Construções ideológicas

Para além das reflexões teológicas e filosóficas, o texto aborda sistemas e ideologias. "O homem não é só o produto de condições económicas nem se pode curar apenas desde o exterior, criando condições económicas favoráveis", indica o texto papal, ao criticar o "materialismo" marxista.

Bento XVI diz mesmo que "não existirá jamais neste mundo o reino do bem definitivamente consolidado" e que mesmo as melhores estruturas "só funcionam se numa comunidade subsistem convicções que sejam capazes de motivar os homens para uma livre adesão ao ordenamento comunitário".

“Se não podemos esperar mais do que é realmente alcançável de cada vez e de quanto nos seja possível oferecerem as autoridades políticas e económicas, a nossa vida arrisca-se bem depressa a ficar sem esperança”.

Quanto ao progresso científico, a encíclica alerta para as "possibilidades abissais de mal" que se têm aberto e pede uma "formação ética do homem" para que este progresso não se transforme numa "ameaça para o homem e para o mundo".

"Não é a ciência que redime o homem. O homem é redimido pelo amor", assinala, numa crítica às pretensões do pensamento moderno.

Numa linha de continuidade com a sua primeira encíclica, Bento XVI sublinha a dimensão comunitária da esperança e refuta as críticas de que a salvação proposta pela fé cristã seja "fuga da responsabilidade geral". "O amor de Deus revela-se na responsabilidade pelo outro".

A segunda parte deste documento teológico apresenta uma série de lições, considerações mais práticas sobre a vivência da esperança.

O Papa indica que rezar “não é retirar-se para o canto da própria felicidade e que “o nosso agir não é indiferente diante de Deus” nem para “o desenrolar da história”. “A capacidade de sofrer por amor da verdade é medida de humanidade”.

Neste ponto, Bento XVI adverte quem optou pela indiferença perante o amor, a verdade ou o bem, assinalando que “não é a fuga diante da dor” que cura o homem.

“A capacidade de sofrer por amor da verdade é medida de humanidade”.

A nova encíclica acaba por fazer referência ao ateísmo e a quantos querem “um mundo que deve criar a justiça por sua conta”, esquecendo que “Deus sabe criar a justiça”.

O chamado “juízo final” surge, assim, como um “apelo à responsabilidade e como um resposta “à impossibilidade de a injustiça da história ter a última palavra”. Por isso afasta a ideia de uma restauração universal e fala de inferno e purgatório, porque “com a morte a opção de vida feita pelo homem torna-se definitiva”.

“Como cristãos, não basta perguntarmo-nos como posso salvar-me, devemos antes perguntar: o que posso fazer para que os outros sejam salvos e nasça, também para eles a estrela da esperança? Então, terei feito também o máximo pela minha salvação pessoal”.
Leia a Nova Enciclica aqui

segunda-feira, novembro 26, 2007

sábado, novembro 24, 2007

A CRUZ é o trono de Deus...


Celebrar a festa de Cristo Rei:

  • Não é celebrar um Deus forte e dominador que se impõe aos homens do alto da sua omnipotência e que os assusta com gestos espetaculares;
  • é celebrar um Deus que serve, que acolhe e que reina nos corações com a força desarmada do amor.

A CRUZ é o trono de um Deus que recusa qualquer poder e escolhe reinar no coração dos homens através do amor e do dom da vida.

  • Por isso, a festa de Cristo Rei convida-nos a repensar a nossa existência e os nossos valores.
  • Diante deste "rei" despojado de tudo e pregado numa cruz, não serão completamente ridículas as nossas pretensões de honras, de glórias, de títulos, de aplausos, de reconhecimento?

  • Diante deste "rei" que dá a vida por amor, não serão completamente sem sentido as nossas manias de grandeza, as lutas para conseguirmos mais poder, as invejas mesquinhas, as rivalidades que nos magoam e separam dos irmãos?

  • Diante deste "rei" que se dá sem guardar nada para si, não nos sentimos convidados a fazer da vida um dom?

Certamente sentimo-nos felizes em sermos cidadãos desse Reino. Por isso, alegremo-nos e façamos com que ele tenha o lugar mais importante dentro de nosso coração...

Magusto: uma boa ocasião para "cimentar" amizades

Depois do Crisma a caminhada de Fé não terminou. Agora é a ocasião de testemunhar a todos a alegria que inunda o coração de cada um. Por isso mesmo, amanhã todos os jovens são convidados a participar na Eucaristia e no magusto-convivio.
A professora Marilia em nome do Grupo "Trovadores de Deus" fez um apelo sentido a todos os crismandos para que deixassem actuar o Espirito Santo nos seus corações. A inserção num grupo de jovens é certamente uma boa proposta para aqueles que querem continuar a aprofundar a sua fé.

Vem e participa.
Eucaristia - Maçal do Chão - 14.00 h
Magusto - Convivio

terça-feira, novembro 20, 2007

Crisma o sacramento da maturidade cristã

Foram 10 longos anos. Espero que tenha valido a pena. Saber e conhecer mais, experimentar e viver aquilo que aprendemos é um dos objectivos da caminhada catequética. Agora, não terminou tudo, apenas foi um passo importante entre muitos outros passos que Deus espera de nós ao longo de toda a vida.
Ser crismado é ser testemunha na familia, na escola, na sociedade... onde quer que nos encontremos. Que o Espirito Santo derrame sobre vós o dom da fortaleza para continuardes a testemunhar a fé sem medo e sem vergonha.

sexta-feira, novembro 16, 2007

ELE está de olhos em ti...


ELE:

  • Conhece (-te)
  • Ama (-te)
  • Procura (-te)
  • Chama (- te)

VEM CONHECER JESUS... QUE CATIVA!

quinta-feira, novembro 15, 2007

Sê generoso para com os Seminários

Dia 17 - Celebração do Crisma (a nível Arciprestal) - Igreja de Santa Maria - 15.00 h

Dia 18 - Eucaristia - 12.00 h

SEMINÁRIO:
  • Escola de formação Sacerdotal (uma história que começou em 1601... e continua a escrever-se hoje. Nos últimos 75 anos, o Seminário Maior da Guarda deu à Diocese 327 sacerdotes!!! Actualmente temos 20 seminaristas);

  • Um espaço aberto a outros serviços (residência para sacerdotesaposentados, Escola de Música Sacra, Serviços diocesanos - pré-Seminário - Vocações - Tribunal Eclesiástico - Catequese - Liturgia - Missões - Arte Sacra - EMRC);

  • A vida desta instituição faz-se com 200.000 euros anuais. Grande parte é fruto da generosidade de muitos cristãos.


sábado, novembro 10, 2007

SEMANA DOS SEMINÁRIOS

Este é o local onde cresce o futuro.

O Seminário é o “espaço e o tempo” em que se “acolhe e trabalha a sementeira, feita no campo imenso e plural da juventude”, um trabalho “criativo” nas famílias, nas comunidades, nos movimentos apostólicos, na pastoral juvenil e universitária, no voluntariado missionário, no serviço aos pobres e em tantos gestos de verdade, de heroicidade e de doação, mas que pede uma “aposta na esperança” e um “acreditar que o tempo não é perdido”.
A tão propalada "crise de vocações" na Igreja Católica não pode ser dissociada da vivência da fé nas famílias cristãs.
O progressivo decréscimo das vocações no Ocidente liga-se "à diminuição do número de famílias que vivem com uma referência explícita à fé". Falta a "compreensão da identidade vocacional enquanto família e referência ao Evangelho, mas também enquanto vivência dessa identidade que se traduz numa missão concreta na Igreja".

segunda-feira, novembro 05, 2007

"Hoje a salvação entrou nesta casa".

Hoje a salvação acontece na vida de Zaqueu, “porque Zaqueu também é filho de Abraão”. Zaqueu também está abrangido pela promessa da salvação de Deus, do Deus que ama todos os homens, mesmo os maiores pecadores.

  • A salvação acontece, porque Jesus “veio procurar e salvar o que estava perdido”. Jesus também veio procurar Zaqueu, tal como o pastor procura a ovelha perdida, manifestando-lhe o amor misericordioso de Deus.

  • A salvação acontece, porque Zaqueu foi ao encontro de Jesus, recebeu-O em sua casa, acolheu-O na sua vida, deixou-se tocar por Ele, aceitou o desafio de uma vida nova.
  • A salvação acontece, porque Jesus não receia aproximar-se dos publicanos e de conviver com Eles. Jesus não teme nem o inibem as murmurações e a desaprovação dos fariseus. Pelo contrário, resiste-lhes com frontalidade, pondo de manifesto as suas contradições.
  • A salvação acontece, porque Zaqueu também não se deixa vencer pelos preconceitos. O desejo de ver Jesus sobrepõe-se a tudo o que as pessoas possam dizer ou comentar a seu respeito. Nesse sentido, ele corre à frente da multidão e sobe a uma árvore.
Depois, vem o encontro pessoal e íntimo com Jesus. Para conhecer e acreditar, para que a salvação possa acontecer, é necessário escutar, privar de perto, partilhar a vida, abrir a mente e o coração à graça de Deus.

“Hoje entrou a salvação nesta casa…” .
Nesta casa onde, segundo os critérios dos fariseus, Jesus não deveria entrar; aconteceu na vida de um homem que, segundo os critérios dos mesmos fariseus, Jesus deveria evitar. A salvação aconteceu na vida de Zaqueu, porque Deus não se deixa condicionar nem aprisionar pelos critérios dos homens. Os homens não podem impor limites ao amor de Deus! Não podem ser eles a dizer quem é que Deus deve ou não salvar!
Por isso mesmo, Jesus salva aquele homem que os fariseus já tinham condenado, que eles consideravam como excluído e rejeitado por Deus. Se Deus fosse como os fariseus queriam e imaginavam que fosse, seria um Deus que não conviria aos homens!
A salvação acontece na vida de Zaqueu e são vários os sinais a testemunhar isso mesmo: a alegria com que recebe Jesus, a confissão das suas culpas e o arrependimento que manifesta, a reparação dos danos causados e a partilha dos seus bens.
A salvação gera vida nova, uma nova atitude do homem em relação a Deus e em relação ao seu semelhante. Zaqueu, convertido a Deus, torna-se particularmente solidário e generoso em relação aos pobres, aos quais dá metade dos seus bens.

quarta-feira, outubro 31, 2007

Os santos nunca desistiram

Hoje, celebramos todos aqueles que, durante a sua vida na terra, procuraram o Senhor e, agora, cantam eternamente no Céu os seus louvores! Hoje, Solenidade de Todos os Santos, celebramos aqueles que acreditaram em Cristo e, no seu existir quotidiano, O seguiram com fidelidade e constância, mesmo no meio das provações e tribulações da vida!
Os santos, aos quais a Igreja dedica este dia, são todos os baptizados que assumiram conscientemente e viveram empenhadamente a sua condição de filhos de Deus.

Filhos de Deus pela fé em Cristo e pelo sacramento do Baptismo, eles trabalharam, cada um a seu modo e nas mais diversas situações e circunstâncias da vida, na construção do Reino de Deus, seguindo o programa das Bem aventuranças.
A sua fé em Cristo iluminou toda a sua vida e a vida no seu todo:
• a vida pessoal, familiar e social;
• a sua vida interior, ao nível dos pensamentos, atitudes e sentimentos ou mesmo dos seus sonhos, ideais e projectos;
• o seu agir, ou seja, as suas actividades, comportamentos e relações humanas.

A maior parte dos santos foram cristãos comuns e cidadãos anónimos.
Não se distinguiram pelos cursos que fizeram, pelos lugares que ocuparam, pelos cargos que desempenharam, pela riqueza que adquiriram; não realizaram nada de invulgar, não deram nas vistas, não chamaram a atenção dos outros, nem no seio da Igreja nem da sociedade.
No entanto, eles viveram, à luz da fé e animados pela fé, a sua condição humana e a sua vocação cristã.

Os santos (é bom que se diga e se sublinhe) também:
• foram pecadores, cometeram erros e tinham defeitos;
• teles se enganaram em muitas coisas, tomaram atitudes incorrectas e estabeleceram relações difíceis com algumas pessoas;
• eles foram assaltados por dúvidas, questionaram Deus e experimentaram o desânimo.

Porém, não desistiram. Pelo contrário, progrediram na perfeição e perseveraram até ao fim, porque continuaram a dar a Deus a oportunidade de os esclarecer com a sua palavra e de os fortalecer com o seu amor.
Não desistiram, porque continuaram a rezar e a celebrar os sacramentos.
Não desistiram, porque esperavam firmemente a re-compensa do Reino dos Céus, a vida eterna.

Passaram despercebidos aos olhos dos homens, não foram distinguidos nem condecorados na terra. Mas Deus, que segue atentamente a vida dos homens e conhece perfeita-mente os seus corações, recompensou-os com a plenitude da vida do Céu.

terça-feira, outubro 30, 2007

PRECISAMOS DE SANTOS...

... sem véu ou batina;
... de calça jeans e tênis;
... que vão ao cinema, ouvem música e passeiam com os amigos;
... que coloquem Deus em primeiro lugar, mas que se "lascam" na faculdade;
... que tenham tempo todo dia para rezar e saibam namorar na pureza e castidade;
... modernos, Santos do século XXI com uma espiritualidade inserida em nosso tempo;
... comprometidos com os pobres e as necessárias mudanças sociais;
... que se santifiquem no mundo;
... que não tenham medo de viver no mundo;
... que bebam Coca-Cola e comam hot dog, que usem jeans, que sejam internautas;
... que amem a Eucaristia e que tomem um refrigerante ou comam pizza no fim-de-semana com os amigos;
... que gostem de teatro, de música, de dança, de desporto;
... sociáveis, abertos, normais, alegres, companheiros;
... que estejam no mundo e saibam saborear as coisas puras e boas do mundo, mas que não sejam mundanos.

João Paulo II

sábado, outubro 27, 2007

Festival e roteiro... do Borrego

A Câmara de Celorico da Beira promove, de hoje até dia 3 de Novembro, um festival do borrego, com o objectivo de divulgar aquela iguaria gastronómica local. O evento, que é realizado pela primeira vez, inclui uma feira do borrego, a ter lugar na freguesia de Carrapichana, e um roteiro gastronómico que envolverá 21 restaurantes do concelho.

Borrego guisado, recheado, grelhado, assado no forno, caldeirada e feijoada de borrego, são algumas das ementas que os visitantes poderão apreciar durante o evento.

As raças do Queijo da Serra
Os pastos do concelho de Celorico da Beira apascentam, anualmente, cerca de 30 mil ovelhas das raças "bordaleira" e "churra mondegueira".
São duas variedades particularmente apreciadas pelos gastrónomos mais exigentes, sendo a Bordaleira da Serra da Estrela, desde sempre, seleccionada para a produção de leite, o qual se utiliza na produção do famoso Queijo da Serra da Estrela. Aliás, a ligação da raça ao queijo já era cantada pelo dramaturgo português do século XVI, Gil Vicente, no "Auto dos Pastores".


Fonte: Diário das Beiras

terça-feira, outubro 23, 2007

Horários

Dia 28 - Celebração da Palavra - 10.30 h
Dia 1 - Eucaristia e Romagem ao Cemitério - 15.30 h

terça-feira, outubro 16, 2007

Horários


Dia 21 - Eucaristia - 10.30 h

domingo, outubro 14, 2007

Irmã Fernanda foi novamente enviada em MISSÃO (Brasil)

Maria Fernandes Ramos Abrantes
Nasceu em 25-11-1949 no Minhocal .
Filha de José Gonçalves Abrantes e Maria de Jesus Ramos, filha mais velha de três irmãos.
Fez a primeira Comunhão aos 7 anos e o Crisma com 14 anos.
Aos 18 anos sentiu o chamamento a ser Missionaria Comboniana, em 1971 entrou em Viseu nas Missionarias Combonianas onde partilhou a vida comunitária com outras jovens.
Em 1972 partiu para Itália onde fez a formação religiosa, e fez a profissão religiosa em 1974. Até 1978 fez a formação superior de enfermagem em Milão.

Partiu para a missão para o Brasil em 1981 onde trabalhou num pequeno hospital do interior (João Neiva, Estado do Espírito Santo) durante cinco anos.
Em 1985 a pedido de D. Luciano Mendes de Almeida as Missionarias Combonianas abriram uma comunidade em Sapopemba - São Paulo, na favela (Bairros de Lata). Onde trabalhava num posto de saúde na comunidade de São José Operário. Depois durante três anos e meio trabalhou com os sem abrigo e com a pastoral dos reclusos.
Retornou ao posto de saúde onde estava em colaboração com duas leigas, a partir do projecto, QUALIS (projecto saúde da família) em que com a colaboração de muitos entre médicos, e outras entidades sociais e ONG’s, implantou um projecto de saúde, que foi crescendo e hoje em dia tornou-se autónomo e presta assistência a cinco mil famílias registadas, indispensável para os pobres. Além destes projectos de saúde trabalhou com a pastoral da criança sobretudo dando ênfase à mística da catequese desde o ventre materno até às crianças de 6 anos de idade, incentivando o aleitamento materno, acompanhando a gravidez a pesagem das crianças, a sua nutrição dando a multi-mistura que continha o essencial para o desenvolvimento das crianças, organizou várias equipas para a realização deste trabalho.

No início de 2001 regressa a Portugal, onde na comunidade de Viseu passou a executar a Animação Missionaria, e a organização das colaboradoras do Jornal “Evangelizar Hoje” e a sua distribuição.


Em Outubro de 2007 foi para o Brasil, onde continuará a sua entrega a Jesus Cristo, ao serviço dos mais pobres.

Ricardo Abrantes

As irmãs combonianas no Sudão

Daniel Comboni emm 1864, junto ao túmulo de S. Pedro, em Roma, enquanto rezava, teve a grande inspiração:
SALVAR A ÁFRICA COM A ÁFRICA


«Querida mãe: Se visses a miséria que aqui reina,terias dado cem filhos, se os tivesses tido, para que viessem trazer alívio a esta gente.»

«Se eu abandonar a ideia de me consagrar às missões no estrangeiro, acabarei por ser mártir, pela vida inteira, de um desejo que começou no meu espírito aos 14 anos…»

sábado, outubro 13, 2007

Guarda ordena dois diáconos no Dia Mundial das Missões

No dia 21 de Outubro, Dia Mundial das Missões, vão ser ordenados dois novos diáconos na Diocese da Guarda. Um será Diácono Permanente e o outro cumpre uma etapa no caminho para o sacerdócio, devendo ser ordenado Presbítero depois de terminado o estágio que está a fazer sob orientação do Seminário Maior.

A celebração destas duas ordenações será na Sé da Guarda, às 16.00 horas.

segunda-feira, outubro 08, 2007

O 5º, 6º e 7º anos de Catequese iniciam Quarta Feira um novo ano

O princípio do ano escolar é um tempo propício, favorável e imprescindível no percurso pedagógico, no processo educativo das Escolas e no itinerário catequético das Comuni-dades cristãs. As famílias vivem este tempo com encanto, com interesse e com esperança, porque aqui se situa o horizonte de uma necessária e saudável complementaridade entre as famílias e tantos outros agentes educativos que se completam nesta missão única e comum - a missão de educar.
O educador cristão deve aprender a pedagogia vivida na escola dos discípulos de Jesus, o Mestre, deixando-se moldar pelos critérios do Evangelho e pelos paradigmas das Bem-aventuranças e encontrando em cada novo dia de Catequese a alegria, a coragem e o gosto de educar. O educador cristão deve procurar na oração, na escuta da Palavra e na celebração da fé e dos sacramentos ouvir Deus e viver de Deus para depois falar de Deus, da sua vida e do seu amor, àqueles a que é enviado a ensinar e a educar.
Educar é para o cristão falar de Deus e da mensagem do Evangelho de Jesus, o Filho de Deus. Educar é falar com Deus na oração dos educadores, das famílias e das comunidades.
Educar é, finalmente, revelar uma coerência de vida no testemunho de pais e de educadores na certeza de que se aprende sempre mais nos exemplos do que nas palavras.
A educação não pode silenciar Deus, não deve esquecer Deus, porque sempre que isso acontece é a vida humana que perde sentido e a sociedade que se desencontra do seu rumo histórico.
Na próxima Quarta-Feira, pelas 15.30 h,
iniciamos a Catequese do 5º, 6º e 7º Anos.
É um grande esforço a nível Arciprestal.
Concentrar todos aqueles que querem aprofundar os seus conhecimentos e avançar na sua vida de cristãos num único espaço (Centro Pastoral D. João de Oliveira Matos) não é fácil, mas é o futuro. As condições fisicas e pedagógicas são incomparavelmente melhores. Certamente, os pais que estão convictos da importância da formação religiosa dos filhos, irão empenhar-se e a colaborar connosco.
Participa e colabora na educação cristã do teu filho.

domingo, outubro 07, 2007

“Não te envergonhes de dar testemunho de Nosso Senhor”.

Entre as obras da fé sobressai a de dar testemunho de Jesus Cristo. “Não te envergonhes de dar testemunho de Nosso Senhor”.
Ser verdadeiro discípulo de Jesus implica :
• sê-lo com lucidez e convicção, com coragem e ousadia, e dá-lo a conhecer com a própria vida;
• estar preparado e disposto a sofrer por Cristo, pelo seu Evangelho, pelo Reino de Deus;
• sê-lo todos os dias, em todos os lugares e em todas as circunstâncias, colocando-se sempre do lado da verdade e do bem;
• remar contra a corrente da sociedade, defendendo a vida, o casamento e a família (os bispos europeus falaram do assunto recentemente), bem como os princípios e os valores morais que devem pautar os comportamentos e as relações entre as pessoas.

Não ter vergonha (dar testemunho) de celebrar a fé:
1. participando na Eucaristia dominical (mesmo que muitos outros o não façam),
2. confessando-se (mesmo que já sejam poucos a fazê-lo),
3. rezando sozinhos ou com a comunidade, privada-mente ou em público (mesmo que sejam objecto de crítica ou olhados com desprezo).
4. Não ter vergonha de entrar na Igreja (nos funerais ou nos casamentos), mesmo se muitos ficam do lado de fora;
5. e de abrir a boca para rezar, mesmo se muitos só a abrem para falar;
6. não ter vergonha de se afirmar como cristão mesmo nos ambientes mais adversos.

Quando se tem vergonha ou medo,
Quando se age condicionado pelas pessoas que nos rodeiam,
Quando evitamos as situações que exigem de nós uma tomada de posição,
Quando deixamos de dizer verdades inconvenientes para não ferir susceptibilidades,
Quando o nosso comodismo é mais forte do que a nossa fé…
significa que não somos verdadeiros discípulos de Jesus
e não merecemos levar o nome de cristãos
.

Não te envergonhes e dá testemunho de Nosso Senhor. Através de ti, Jesus deseja tornar-se visível e próximo das pessoas, dialogar com elas e falar-lhes ao coração, mostrar-lhes como Deus as ama e as quer salvar.
Que através de ti, da tua vida e das obras da tua fé, os homens possam descobrir e entender as vantagens de acreditar em Deus e de seguir Jesus Cristo. Que olhando para ti, captando a alegria e a coerência da tua vida, os homens possam sentir-se impelidos a louvar e glorificar a Deus, o Pai que está no Céu!

terça-feira, setembro 25, 2007

"Nós somos apenas administradores"

Vivemos numa sociedade globalizada, em que o dinheiro parece mandar em tudo...
Para muita gente, ter dinheiro significa poder e prestígio...
Qual deve ser a atitude cristã diante das riquezas?

No Evangelho, Cristo conta a Parábola do ADMINISTRADOR DESONESTO. (Lc 16,1-13)

Naquela época, os administradores deviam entregar ao empresário uma determinada quantia; o que conseguissem a mais ficava para eles.
O que fez o administrador? Renunciou ao que lhe cabia nos negócios. Ele entendeu que, no futuro, mais do que dinheiro, precisava de amigos. Por isso, renunciou ao dinheiro, para conquistar amigos. O dinheiro poderia perder seu valor e por isso apostou tudo nos amigos. Esta é a escolha prudente que Jesus aconselha a fazer: saber renunciar coisas lícitas para conseguir o melhor (o Projecto de Deus).

Porém o mundo em que vivemos, o dinheiro é o deus fundamental e tudo deixa de ter importância, desde que a conta bancária cresça.
  • Para ganhar mais dinheiro, há quem trabalhe 12-15 horas por dia, num ritmo de escravo, e se esqueça até de Deus, da família, dos amigos e da saúde;
  • Por dinheiro, há quem venda a sua consciência e renuncie aos princípios em que acredita;
  • Por dinheiro, há quem não tenha escrúpulos em sacrificar a vida ou o nome dos seus irmãos;
  • Por dinheiro, há quem seja injusto, explore os operários,
    se recuse a pagar um salário justo...

E TU até onde serías capaz de ir, por causa do dinheiro?

A aposta obsessiva no "deus dinheiro" não é o caminho mais seguro para construir valores duradouros, geradores de vida plena e de felicidade.

As riquezas não devem ser obstáculo à Salvação, mas um meio para fazer amigos "nas moradas eternas."

Só Deus é o dono de tudo o que existe...
Nós somos apenas administradores
...

terça-feira, setembro 18, 2007

Padres têm que trabalhar mais por falta de novos sacerdotes

D. Manuel Felício reconhece dificuldades no recrutamento de vocações e na formação de padres, mas sublinha que não há sobrecarga.

A crise de vocações e a dificuldade na formação de novos padres na Diocese da Guarda “está a ser superada com a compreensão dos padres que se dispõem a mais trabalho”. D. Manuel Felício reconhece dificuldades no recrutamento de vocações e na formação de padres, mas sublinha que não há sobrecarga de serviço na Diocese da Guarda, composta por 115 párocos para 371 paróquias.
“Para fazerem o que faziam há 50 anos, estão sobrecarregados. Para fazer o que devem fazer, distribuindo por outros a co-responsabilidade, não estão sobrecarregados”.
“Nós temos 371 paróquias, mas temos paróquias com 100 habitantes que não têm capacidade de se organizar. Portanto, haja cinco paróquias com 100 habitantes a funcionar como se fosse uma só e isso está bem”. “Para nós haver muitos padres já não é a mesma coisa que era há 50 ou há 40 anos. O importante é que haja um número de padres razoável que nos permita garantir que as paróquias e grupos de paróquias funcionem com programas e serviços comuns”.

RÁCIO NÃO ESTÁ DESAJUSTADO
“Nós estamos habituados a ter uma tradição que é a de atribuir a cada paróquia um pastor próprio, mas isso passou e nem seria bom que voltasse, porque tiraríamos a iniciativa a outros, nomeadamente aos leigos e a outros serviços”.
D. Manuel Felício defende ser necessário “educar o nosso povo para voltar a sua atenção para o que é essencial”. O rácio de párocos e paróquias “não está desajustado” realçando que a Diocese da Guarda precisa de muitos sacerdotes, “às vezes seis e sete”, para atender às necessidades de paróquias como as da Guarda, Seia e Fundão, que têm entre 15 e 30 mil habitantes.
Nos últimos dois anos foram ordenados sete padres na Diocese da Guarda.
Fonte: Diario XXI

quarta-feira, setembro 12, 2007

"Senta-te a pensar..."

Pensar na vida à luz de Deus, do Deus que nos criou por amor, que criou um mundo maravilhoso a pensar em nós, que nos concedeu capacidades e graças extraordinárias, que tem um projecto de vida para nós, que tem um Céu à nossa espera, que tem uma eternidade de amor para nos dar!
Parar e pensar, para descobrir o sentido e o valor da vida, o caminho que devemos percorrer, a missão que somos chamados a realizar, o mundo que devemos ajudar a construir e a meta onde devemos chegar!
A vida é demasiado bela e valiosa para não pensarmos nela, para não nos maravilharmos com ela, para ser gasta em banalidades! É necessário sentarmo-nos a pensar antes das grandes opções e decisões da nossa vida.
  • Sentar-se e pensar antes do casamento: O nosso amor é suficientemente forte e sincero para podermos assumir um compromisso de vida comum para sempre? Temos um ideal e um projecto de vida capazes de animar, sem monotonia nem cansaço, o nosso amor e a nossa vida familiar? Estamos realmente preparados e conscientes das exigências inerentes ao matrimónio? Queremos mesmo celebrar o sacramento com fé e na graça de Deus? ou o que nos anima é apenas o banquete, as prendas, as fotografias, a festa?
  • Sentar-se e pensar antes do baptismo dos filhos: Conhecemos Jesus e acreditamos nele como o Filho de Deus e o Salvador dos homens? Sentimo-lo como importante e necessário para a nossa vida e para a vida do nosso filho? Estamos em condições de O dar a conhecer, com credibilidade e eficácia, pela palavra e pelo testemunho de vida? Queremos que o nosso filho nasça como filho de Deus e pertença à Igreja de Cristo? A nossa vida e a nossa prática cristã constituem uma garantia de que o educaremos segundo a lei de Cristo e da Igreja? Queremos mesmo que ele seja cristão de verdade ou pretendemos apenas que seja baptizado, sendo apenas cristão de nome?
  • E na hora de escolher os padrinhos, temos em conta a sua idoneidade humana e cristã? Escolhemo-los, sem ter em conta os critérios e as exigências da Igreja e depois queixamo-nos da Igreja (e do padre) porque não aceita os padrinhos que escolhemos? O que está mal é a Igreja não aceitar como padrinhos pessoas sem um mínimo razoável de vida cristã ou os pais escolherem essas pessoas ou essas pessoas quererem ser padrinhos (quando não querem ser cristãos)? Antes de escolher é preciso pensar? E quando não pensamos antes, devemos assumir o nosso erro e não culpabilizar o padre por não ser como nós queremos. Não tem que ser como nós queremos, mas como Cristo quer e a Igreja propõe! Só assim tem sentido e só assim somos coerentes!

Sentar-se e pensar que, para ser discípulo de Jesus, é necessário renunciar a todos os bens. Os nossos bens, muito mais do que a nossa riqueza, são a nossa vida, a nossa família e os nossos amigos. Mas estes são bens aos quais não se pode nem se deve renunciar! Estes são bens essenciais à nossa vida humana e Jesus não quer, não pode querer que renunciemos a eles. O que Jesus pretende é que lhe dêmos o primeiro lugar e subordinemos tudo ao Reino de Deus. Isto faz parte da cruz de cada dia.
Mas quando pensamos e compreendemos quem é Jesus e o que Ele fez por nós, o que Ele nos promete e garante, descobrimos que aquilo que Ele nos pede não tem em vista complicar ou tornar difícil a nossa vida. Pelo contrário, o que Jesus nos propõe, precisamente porque nos ama, só tem em vista o nosso bem, a nossa salvação.

sábado, setembro 08, 2007

A Natividade de Nossa Senhora é a festa do seu nascimento

É celebrada desde o início do cristianismo, no Oriente. E no Ocidente, desde o século VII. O profundo significado desta festa é o próprio Filho de Deus, nascido de Maria para ser o nosso Salvador.
Em seu Sermão do Nascimento da Mãe de Deus, o Pe. António Vieira diz: "Perguntai aos enfermos para que nasce esta Celestial Menina. Dir-vos-ão que nasce para Senhora da Saúde; perguntai aos pobres, dirão que nasce para Senhora dos Remédios; perguntai aos desamparados, dirão que nasce para Senhora do Amparo; perguntai aos desconsolados, dirão que nasce para Senhora da Consolação; perguntai aos tristes, dirão que nasce para Senhora dos Prazeres; perguntai aos desesperados, dirão que nasce para Senhora da Esperança; os cegos dirão que nasce para Senhora da Luz; os discordes: para Senhora da Paz; os desencaminhados: para Senhora da Guia; os cativos: para Senhora do Livramento; os cercados: para Senhora da Vitória. Dirão os pleiteantes que nasce para Senhora do Bom Despacho; os navegantes: para Senhora da Boa Viagem; os temerosos da sua fortuna: para Senhora do Bom Sucesso; os desconfiados da vida: para Senhora da Boa Morte; os pecadores todos: para Senhora da Graça; e todos os seus devotos: para Senhora da Glória. E se todas estas vozes se unirem em uma só voz (...), dirão que nasce (...) para ser Maria e Mãe de Jesus". (Apud José Leite, S. J., op. cit., Vol. III, p. 33.).

terça-feira, setembro 04, 2007

Madre Teresa de Calcutá, 10 anos depois

A 5 de Setembro de 1997, o coração de Madre Teresa de Calcutá deu o último suspiro. Passados dez anos, a obra que a "santa das sarjetas" ergueu continua viva e o seu sorriso perdurará. Esta data ficará na história do século XX. Durante a sua vida, ela simbolizava o amor aos mais carenciados. Aquela frágil mulher tinha uma força inesgotável e colocava em prática as palavras do Evangelho: "Amarás o teu próximo como a ti mesmo" (Mt 22, 39).

Com o final do milénio à porta desapareceu a mulher que se entregou aos "mais pobres dos pobres" e deixou muitos corações desamparados. Uma paragem cardíaca, depois de várias pneumonias e crises de malária, "levaram" Madre Teresa. Viveu com o coração, o coração a matou. A humanidade perdeu alguém que, por nada ter nem poder, tinha toda a autoridade porque ninguém conseguia dizer não a um pedido que ela formulasse.

Calcutá chorou, provavelmente, como nenhuma outra cidade do mundo, a morte desta mulher que escolheu a gigantesca metrópole indiana para viver toda uma vida ao serviço daqueles que não tinham ninguém. "Era uma verdadeira santa admirada por todos os indianos, independentemente da sua religião" - sublinhavam os habitantes de Calcutá.

Vocação precoce

Em Skopje, capital da Macedónia, pequena cidade com cerca de vinte mil habitantes, nasceu, a 26 de Agosto de 1910, Ganxhe Bojaxhiu. A sua família era católica e pertencia à minoria albanesa que vivia no Sul da antiga Jugoslávia. Um dia após o seu nascimento, Ganxhe recebeu o Baptismo e a sua educação teve lugar numa escola estatal durante os tristes anos da Primeira Guerra Mundial. Com um timbre de voz muito suave e harmonioso, a pequena Ganxhe tornou-se solista do coro da igreja da sua aldeia e, mais tarde, chegou a dirigir esse mesmo coro paroquial.

Ainda criança, Ganxhe entrou para a Congregação Mariana das Filhas de Maria que tinha uma filial na sua paróquia. Os mais pobres da região recorriam à Igreja para diminuírem as suas carências. Ganxhe sentia a sua vocação a crescer ao assistir a esta actividade de assistência aos mais carecidos.

"Aos pés da Virgem de Letnice escutei um dia o chamamento que me apelava a servir Deus" - disse, posteriormente, Madre Teresa e, confessou ainda, que descobriu a intensidade do chamamento "com uma grande alegria interior". Quando completou 18 anos, o apelo à vida religiosa tornou-se irresistível para a jovem e, a 25 de Dezembro de 1928, partiu de Skopje rumo a Rathfarnham, na Irlanda, onde se situa a Casa Geral do Instituto da Beata Virgem Maria.

Ganxhe tinha como ideal ser missionária na Índia e um sacerdote jesuíta contribuiu para esta doação aos mais pobres devido à informação de que, na Índia, as freiras dessa congregação faziam um "excelente" trabalho.

Depois de uma longa viagem, a futura religiosa chegou à casa das Irmãs de Nossa Senhora do Loreto. A estadia em Rathfarnham foi um porto intercalar já que embarcou rumo a Bengala. Durante a primeira semana esteve em Calcutá e daí viajou até Dajeerling, ao seminário da Congregação fundada pela missionária Mary Ward.

Feitos os estudos e chegada a hora de professar os votos temporários de Pobreza, Castidade e Obediência - 24 de Maio de 1931 - Ganxhe escolheu o nome de Teresa. De acordo com as constituições da Congregação do Loreto devia mudar de nome. "Escolhi chamar-me Teresa" - contou anos depois, devido à figura inspiradora de Santa Teresa D'Ávila. No entanto "não foi pela grande Teresa que escolhi o nome - disse - mas sim pela pequena: Santa Teresa de Lisieux". Encarregada de dar formação espiritual às "Filhas de Santa Ana" - hoje formam uma congregação autónoma - Teresa absorveu o estilo de vida bengali e, posteriormente, transmitiu-o às suas freiras, quando criou as "Missionárias da Caridade".


Uma viagem luminosa

O momento da viragem aconteceu de forma imprevista. Num dos seus relatos, Teresa conta que, a 10 de Setembro de 1946, numa viagem para o convento de Dajeerling, onde ia fazer os exercícios espirituais, enquanto rezava sentiu um "chamamento dentro do chamamento". A mensagem era clara: "devia deixar o convento do Loreto (em Calcutá) e entregar-se ao serviço dos mais pobres e viver entre eles". Com a "iluminação divina", Teresa sentiu uma hesitação: como realizá-la. Este dia de Setembro ficou marcado na história das Missionárias da Caridade e, obviamente, no livro da vida de Madre Teresa como o "Dia da Inspiração".

Teresa de Calcutá pensava nos pobres da cidade que todas as noites morrem pelas ruas e, na manhã seguinte, são lançados para os carros de limpeza como se fossem lixo. Não se habituava a este "terrível espectáculo matinal". Queria fazer algo em prol daqueles esqueléticos a pedir esmola na rua e a esperar que o tempo os levasse.

A luz recebida no trajecto de Calcutá para Dajeerling foi objecto de meditação no retiro de Teresa. Este terminou numa pergunta muito concreta: "Que poderei fazer por estes infelizes?".

Abandonado o hábito da Congregação do Loreto, a Irmã Teresa comprou um sari branco, debruado de azul e colocou-lhe no ombro uma pequena cruz. Foi com esta nova indumentária - o vestido duma modesta mulher indiana - que passou a ser conhecida no mundo inteiro.

A vida da religiosa sofreu novos contornos e quando a Santa Sé reconheceu a Congregação - 7 de Outubro de 1950 pelo Papa Pio XII - a instituição da Madre Teresa de Calcutá contava com centenas de membros em todo o mundo. Primeiro, começou a levar os moribundos para um lar onde eles pudessem morrer em paz e com dignidade. De seguida, abriu um orfanato. De forma gradual, outras mulheres se lhe uniram neste projecto. Nasceu uma nova Congregação religiosa - "Mis-sionárias da Caridade" - para se dedicar aos mais pobres entre os pobres.

A luz do projecto ganhou raízes no solo fértil e as vocações começaram a surgir. Neste viveiro vocacional - muitas das mulheres que aderiram foram antigas alunas - Madre Teresa vê uma bênção de Deus. Sem operações de marketing, o trabalho da consagrada albanesa ganhava visibilidade e as vocações para "Missionárias da Caridade" surgiam a bom ritmo.

De abrigo em abrigo, Teresa de Calcutá dava - mais do que donativos - lições de higiene e moral, palavras amigas e as mãos sempre prestáveis para qualquer trabalho. Não foi preciso muito tempo para que todos a conhecessem. Quando ela passava, crianças famintas e sujas, deficientes, enfermos de toda a espécie, gritavam por ela com os olhos inundados de esperança: Madre Teresa! Madre Teresa!

Luís Filipe Santos - AE