domingo, fevereiro 25, 2007

Como viver a Quaresma

Durante este tempo especial de purificação, contamos com uma série de meios concretos que a Igreja nos propõe e que nos ajudam a viver a dinâmica quaresmal.
Antes de tudo, a vida de oração é a condição indispensável para o encontro com Deus. Na oração, o cristão inicia um diálogo íntimo com o Senhor, deixa que a graça divina penetre no seu coração e, a semelhança de Maria, abre-se à acção do Espírito cooperando com ela com a sua resposta livre e generosa (ver Lc. 1,38).

Devemos também intensificar a escuta e a meditação atenta da Palavra de Deus, procurar a assistência do Sacramento da Reconciliação, a participação na Eucaristia e mesmo a prática do jejum, segundo as possibilidades de cada um.

A mortificação e a renúncia nas circunstâncias ordinárias da nossa vida também constituem um meio concreto para viver o espírito de Quaresma. Não se trata tanto de criar ocasiões extraordinárias, mas bem, de saber oferecer aquelas circunstâncias quotidianas que nos são incómodas, de aceitar com alegria os diferentes contratempos que nos apresenta o dia a dia.
Da mesma maneira, o saber renunciar a certas coisas legítimas ajuda-nos a viver o desapego e o desprendimento.
Dentre as diversas práticas quaresmais que a Igreja nos propõe, a vivência da caridade ocupa um lugar especial. Assim nos recorda São Leão Magno: "estes dias de quaresma convidam-nos de maneira apremiante ao exercício da caridade; se desejamos chegar à Pascoa santificados no nosso ser, devemos por um interesse especialíssimo na aquisição desta virtude, que contém em si as demais e cobre uma multidão de pecados".
Esta vivência da caridade deve ser vivida de maneira especial com aqueles que estão mais próximos, no ambiente concreto em que nos movemos. Assim, vamos construindo no outro "o bem mais precioso e efectivo, que é o da coerência com a própria vocação cristã" (João Paulo II)

quarta-feira, fevereiro 21, 2007

Dez símbolos da Quaresma

A quaresma começa, precisamente, com um símbolo bem conhecido e consolidado: a Cinza, que nos lembra a condição efemera da vida e o seu destino: a eternidade de Deus. A Cinza de cada ano, recorda também a árvore da Cruz Ressuscitada da Vigília Pascal do ano anterior.

1. A quaresma é DESERTO. É aridez, solidão, jejum, austeridade, rigor, esforço, penitência, perigo, tentação.

2. A quaresma é PERDÃO. As histórias bíblicas de Jonas e de Nínive e a parábola do filho pródigo são bons exemplos para meditarmos nele.

3. A quaresma é ENCONTRO, é abraço de reconciliação como na parábola do filho pródigo ou na conversão de Zaqueu ou no diálogo de Jesus Cristo com a mulher adúltera.

4. A quaresma é LUZ, como se põe em evidência, por exemplo, no evangelho do cego de nascença. É a passagem das trevas para a luz. Jesus Cristo é a luz do mundo.

5. A quaresma é SAÚDE, símbolo manifestado nos textos como na cura do paralítico ou do filho do centurião.

6. A quaresma é AGUA. É a passagem da sede de nossa insatisfação para a água viva, a água de Moisés ao povo de Israel no deserto ou de Jesus à mulher samaritana.

7. A quaresma é superação vitoriosa das provas e das dificuldades. É LIBERTAÇÃO, TRIUNFO. Algumas figuras bíblicas, que sofrem graves perigos e vencem na prova: José, filho de Jacob, a casta Suzana, Ester, o profeta Jeremias e, sobretudo, Jesus, tentado e transfigurado.

8. A quaresma é CRUZ. Sinal e presença permanente durante toda a quaresma. Prefigurada no Antigo Testamento e manifestada com o exemplo de Jesus Cristo e com o seu convite de carregá-la como condição para o seguimento.

9. A quaresma é TRANSFIGURAÇÃO. É a luz definitiva do caminho quaresmal, preanunciada e vivida na cena da transfiguração de Jesus. Pela cruz para a luz".

10. A quaresma é o esforço para retirar o fermento velho e incorporar o FERMENTO DA PÁSCOA RESSUSCITADA E RESSUSCITADORA, agora e para sempre.

sábado, fevereiro 17, 2007

"Amai os vossos inimigos..."

Esta proposta de Jesus parece inverter por completo toda a lógica dos sentimentos humanos. Jesus pede-nos que façamos o bem, abençoemos, rezemos e perdoemos precisamente a quem nos odeia, amaldiçoa e injuria!
Deste modo, Jesus quer romper com a lógica da violência e da vingança. Estas viciam todas as relações humanas, tornando insuportável a vida em sociedade.
O amor aos inimigos é a grande novidade da mensagem de Jesus, é o que distingue claramente os verdadeiros cristãos dos pagãos. Só o amor, que não exclui ninguém nem mesmos os inimigos, pode renovar o coração e o mundo dos homens. Só este amor, que elimina o ódio, promove a justiça, impele à solidariedade e garante a paz.

“Como quereis que os outros vos façam, fazei-lho vós também”.
Este é o grande princípio que deve animar o amor ao próximo e que ajuda o homem a compreender a razão de ser do mandamento do amor aos inimigos.
Atenção! Jesus não diz: “fazei como os outros vos fazem a vós”, mas diz: “como quereis que os outros vos façam”. Jesus pede-nos que procedamos em relação às pessoas, mesmo para com aquelas que nos fazem mal, como gostaríamos que elas nos tivessem feito. Ora, nós queremos que os outros nos sejam favoráveis no quer fazem e no que dizem a nosso respeito.
Assim:
• se nos mentem, não lhes devemos mentir. Pelo contrário devemos dizer-lhes a verdade, pois é a verdade que gostaríamos que eles nos tivessem dito;
• se nos prejudicam, não vamos prejudicá-los, porque nós quereríamos que eles não nos tivessem prejudicado;
• se nos caluniam, não vamos usar contra eles a arma da calúnia, pois não lhes vamos fazer o que não gostámos que eles nos tivessem feito.
Fazendo aos outros, que foram injustos para connosco, o que quereríamos que eles nos tivessem feito e não segundo o que realmente nos fizeram, estamos a dizer-lhes, com caridade, que procederam mal agindo como agiram. Além disso, estamos a indicar-lhes o que eles deveriam ter feito, o modo correcto como eles deveriam ter agido em relação a nós.
A vitória que dignifica o homem, e muito concretamente o discípulo de Jesus, nas suas relações humanas é a do amor e a do perdão. Ganhamos, quando vencemos os outros pelo amor e não quando conseguimos fazer-lhes pior do que eles nos fizeram a nós!

sexta-feira, fevereiro 16, 2007

Votação no Referendo do Aborto

Inscritos: 241
Votantes: 91 - 37,76%
Abstenções: 150 - 62,24%
Brancos: 2 2,20%


Votação na Freg: Minhocal
SIM: 30 - 33.71%
NÃO: 59 - 66.29%

sexta-feira, fevereiro 09, 2007

Sabia que....

No meio da discussão, perdeu-se de vista tudo aquilo em que o Estado dizia investir, da educação à prevenção. Dizer "Não" é obrigar a que se volte a olhar, com seriedade, para essa política, a única que, verdadeiramente, sustentará uma sociedade sem abortos.

Nuno Rogeiro no JN

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Desde 1998 não ficou tudo na mesma

O Sim voltou a insistir na ideia, já usada em 1998, de que com o Não fica tudo na mesma.

Acontece que desde 1998, em que o Não ganhou, não ficou tudo na mesma:






  • Muitas associações foram fundadas (em muitos casos por apoiantes do Não) e muitas associações ajudaram milhares de mães em situações de gravidez dramática.


  • Foram propostas, e recusadas, alternativas legais que, concorde-se ou não, permitiriam uma verdadeira despenalização, em vez da liberalização.


  • Apesar da limitada intervenção do estado, houve muito mais informação sobre planeamento familiar e prevenção.


  • Não voltaram a ser presas mulheres por aborto. Nem uma.


  • Não há registo de qualquer morte por aborto. Curioso aliás como o DN ontem teve que ir buscar um caso de complicações por aborto clandestino em 1967 e hoje a Visão nos apresenta como capa dramática um caso de 1998 (antes do anterior referendo) e menciona apenas outro caso de 2000 onde a autópsia efectuada não encontrou relação causa-efeito com o processo de aborto.

Claramente não ficou tudo na mesma e claramente não vai ficar tudo na mesma (http://www.caritas.pt/guarda/ - "Nascer" - Centro de Apoio à Vida).

O Não permite continuar a trabalhar todos os aspectos de prevenção do aborto.

O Sim limita-se a deixar de considerar que o problema é um problema (porque legal e livre), libertando a consciência da sociedade da pressão que sente para tratar estas questões.


É preciso, também por isto, votar Não

Pedro Geada

sábado, fevereiro 03, 2007

Os jovens da Guarda cantam pela Vida

Somos pela vida, não somos contra ninguém!

Se podemos salvar todas as vidas,
Não é justo eliminar a vida de ninguém!


A modernidade de um país
Não está em legalizar o aborto,
Mas em garantir todas as condições
Para que nenhuma mulher precise de recorrer a ele.

Decidir sobre a vida
É uma questão de consciência.
A nossa opção no referendo revelará
A consciência que temos sobre a vida,
Sobre o seu valor e a sua dignidade!

O sim defende a vida da mulher,
Mas não defende o bem da mulher.
A legalização não evitará o drama e as perturbações
Psicológicas, afectivas e espirituais
Que o aborto sempre provoca na mulher
E que se prolongam pela sua vida fora.

Não deixe fazer do referendo uma questão partidária.
Pior do que votar contra a indicação do seu partido
É votar contra a sua própria consciência!



A sua consciência
vale mais do que a cor do seu partido!


Votar NÃO é estar do lado da vida, de todas as vidas,
Da vida da mulher e da vida do filho.

Votar NÃO é exigir um compromisso mais sério
Dos cidadãos e do Estado em favor das mulheres e da vida.






A vida humana, desde a sua concepção,
É um dom e uma maravilha!
Deixe-se maravilhar pela vida!
Opte pela vida e olhe o futuro.





Se quer dizer sim à vida, vote NÃO.



ARCIPRESTADO DE CELORICO DA BEIRA

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

E quantas “Susaninhas” serão impedidas de nascer!!!

Marília Ferreira, professora do Ensino Básico
"Quando a minha mãe estava grávida da minha irmã mais nova (o sexto filho), uma senhora compadeceu-se da situação e disse que, se vivêssemos “lá” (em Lisboa), onde era tudo mais evoluído e o acesso ao aborto muito mais fácil, aquela criança nunca nasceria. É claro que a minha mãe ficou chocadíssima, porque, apesar da minha irmã não ter sido planeada, foi amada desde o dia em que soubemos da sua existência.Quando surgiu a questão do referendo, reflecti sobre este episódio real e percebi que, se o aborto for despenalizado, a sua prática transformar-se-á num acto corrente, sem a consciência de que é já uma vida que está em jogo.…
E quantas “Susaninhas” serão impedidas de nascer!!!
Por isso, voto NÃO!
NÃO à inconsciência;
NÃO à inversão de valores;
NÃO ao egoísmo."