sábado, dezembro 27, 2008

“Encontrareis um Menino..."

“Encontrareis um Menino recém-nascido, envolto em panos e deitado numa manjedoura”. Este Menino, que nasce como o mais pobre dos pobres numa gruta de Belém, é o Salvador dos homens!
O Menino, que os pastores encontraram deitado numa manjedoura, é o Filho de Maria – Aquele Filho do qual o Anjo Gabriel dissera: chamar-se-á Filho do Altíssimo e herdará o trono de seu pai David.
O Menino, para o qual não houve lugar na hospedaria, é o Messias esperado pelo povo de Israel, é o Filho de Deus que vem salvar todos os homens.
O Filho de Deus, ao vir ao mundo dos homens, não faz valer a sua condição divina. Antes, assume a condição de servo, tornando-se semelhante aos homens. Aparece como homem entre os homens, para realizar na terra os eternos desígnios do amor de Deus!
O que era impossível aos homens – uma mulher con-ceber e dar á luz o Filho de Deus – torna-se realidade pelo poder do amor de Deus!
Verdadeira loucura de amor: Deus decide salvar-nos por meio do seu Filho Unigénito! Mais, quer que este seu Filho se torne semelhante aos homens e habite no mundo dos homens. Deste modo, Deus pretende que o seu amor seja visível e papável e esteja ao alcance de todos.
O Menino, que os pastores viram envolto em panos, é Deus a entrar pessoalmente no coração da história humana.
É Deus a mostrar como o homem está no centro do seu coração e faz parte da sua vida e das suas preocupações.
Na verdade, toda a história da salvação, desde a criação do mundo, mostra como Deus está apaixonado pelo homem, como vive e actua em função do homem, como é um Deus que está ao serviço do homem.

A Escritura ensina e a ciência confirma (teoria da evolução) que Deus criou o mundo (imenso, belo e bom) a pensar no homem e para o homem. De facto, o mundo tende para o homem (como quem caminha para uma meta) e, por sua vez, é o homem, enquanto o olha e contempla, enquanto o estuda e o usufrui, que lhe dá sentido e o torna útil.

  • Depois, Deus criou o homem à sua imagem e seme-lhança, dotando-o de inteligência, de vontade livre e de capacidade de amar. Deus não quis o homem como uma marionete (para manipular à sua vontade e caprichosamente) mas sim como um ser livre, capaz de comunicar e interagir com Ele. Deus não lhe podia conferir maior dignidade!
  • Ao homem e à mulher, Deus confia a missão de gerirem a vida, transmitindo-a e protegendo-a, e de gerirem o mundo, descobrindo as suas potencialidades e colocan-do-as ao serviço do desenvolvimento e do progresso. Deus não quis o homem como simples empregado, mas como administrador das obras da criação. Deus não lhe podia atribuir maior responsabilidade!
A sua grande paixão pelo homem, Deus manifesta-a, quando, após o pecado, se apressa a idealizar um projecto de salvação. Deus não consegue, não pode desistir, apesar da gravidade do pecado, do seu amor pelo homem!
Coerente como é – a coerência própria de quem ama de verdade, “quando chegou a plenitude do tempo, Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher … para resgatar os que estavam sob o domínio da Lei (pecado), a fim de recebermos a adopção de filhos” (Gal.).
O Menino, que os pastores visitaram na gruta de Belém, vem, em nome de Deus, prestar este serviço de amor à humanidade: restituir a liberdade aos homens e fazer deles filhos de Deus!
Deus não nos quer como escravos mas como homens livres, não nos quer como seus servos mas como seus filhos! Esta é, sem dúvida alguma, uma nota distintiva do verdadeiro Deus!

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