segunda-feira, abril 16, 2007

Menos padres, Cristãos mais comprometidos e Novas Unidades Pastorais - O novo livro do Pe. Martins

Entre nós e em toda a velha Europa, os sacerdotes são cada vez menos. No entanto, ainda continuam a fazer muitas coisas que são específicas da missão dos leigos. Deste modo, não só se encontram demasiado sobrecarregados como correm o risco de não prestar a devida atenção ao que é essencial e mais importante no seu ministério sacerdotal.
Por sua vez, as paróquias rurais têm cada vez menos habitantes e são sempre menos os chamados cristãos praticantes. Muitas destas paróquias já não garantem o que é próprio e essencial da vida e acção pastoral de uma paróquia.
Apesar de ser esta a realidade, muitos cristãos querem que tudo continue na mesma. Querem e exigem que as suas comunidades tenham tudo e que sejam os sacerdotes a fazer tudo, de modo especial o que se refere ao campo da liturgia.
Felizmente, muitos outros cristãos não pensam assim nem fazem essas exigências. Pelo contrário, vivem envolvidos e comprometidos na vida das suas comunidades, assumindo a parte da missão que lhes é própria.
Para ajudar todos os cristãos a compreender, a aceitar e a empreender a renovação e as mudanças que se impõem, importa fazer uma adequada catequese.
Antes de mais, é necessário expor, no âmbito da missão da Igreja, o que é específico do sacerdote e o que é específico dos leigos. Assim, devidamente esclarecidas, as comunidades cristãs não exigirão ao sacerdote o que os leigos podem e devem fazer, nem os sacerdotes reservarão para eles o que pode e deve ser realizado pelos leigos. Consequentemente, todos devem aceitar que os leigos façam o que é próprio da sua missão.
Ao mesmo tempo, é necessária uma oportuna catequese sobre a paróquia, na qual se apresentem os requisitos fundamentais para que uma comunidade ou um conjunto de pequenas comunidades possa ser considerada como paróquia.
Isso ajudará os cristãos a compreender que muitas das paróquias existentes já não reúnem um mínimo de condições para serem tidas e tratadas como tal. E este facto não deve constituir um drama, mesmo que se trate da sua paróquia!
Por conseguinte, aparece como necessário e urgente encontrar novos pólos de dinamização da acção pastoral e da vida cristã. Como solução possível e razoável, fala-se hoje de novas unidades pastorais. Estas agruparão várias comunidades, que serão tratadas como um todo.
Estas unidades pastorais, que aqui abordaremos preferentemente na perspectiva do mundo rural, valem também e devem ser igualmente implementadas, ainda que por motivos diferentes, ao nível das comunidades urbanas.
É esta realidade e os respectivos desafios que pretendemos tratar, de um modo necessariamente simples e intencionalmente repetitivo, nos capítulos que se seguem:

I – Menos Padres para as mesmas Paróquias
II – A Paróquia e a Missão da Igreja
III – Novas Unidades Pastorais

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